terça-feira, 12 de abril de 2011

Meu medo.


Tenho medo da escuridão.
Não sei pisar onde não vejo
Nem aceitar o que não desejo.
Custa-me cair em tentação!

Tenho medo da paixão.
Não sei medir minhas causas
nem deixar minhas mágoas
ao leu de minha decisão.

Tenho medo da solidão.
Não aceito as distâncias.
Espaços entre as instâncias
preencho com  devassidão!

Meu medo é atemporal
perdido no relógio digital
do tempo do meu pulso
que já não orna, nem me insulta.

Meu medo é meu mal.
Se quero e não vou,
não sei avançar o sinal
nem sair de onde estou.

Meu medo é animal
E devora meu tempo
e minha força se faz banal.
Sequer grito meu lamento.

Meu medo é meu bem.
Apego-me e ele me justifica.
Somos par, o que nos identifica
e posso dizer que sou alguém.

Meu medo é de ninguém.
Nem meu, nem dele, nem do mundo.
Ele é apenas um ser profundo
que se move dentro de seu quem.

Meu medo está torto
De viés e enviezado.
só não fica parado
nem atracado em porto.

Meu medo está morto,
mas zumbizea nas praças,
nas matrizes e hortos
da juventude e suas graças!

Um comentário:

  1. Meu medo é abstrato
    Ele eu desconhecia
    Viajava em palavras
    Mas a realidade sempre temia !

    ResponderExcluir