quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Os atos.


Amar-te em ato
matar-te o ato
amar-te no mato
amar teu ato.

o ato de amar-te.
o mato para amar-te.
No ato que amaste.
Atar teu amar.

A frouxidão dos nós
que permite
o enroscar

é o mesmo espaço
permitido entre 
nossos amassos.

Mudanças.

Aprendo, esqueço, deixo passar ou friso.
Tem uma parte de mim que se esconde
quando me vê, talvez por medo ou sandice
outra parte se diverte com seus guisos.


A verdade é que nem sei quem sou
como me perguntas por que não mudar?
como me pedes para ser outro?
Então esse assunto desandou.

A vida e o rio de ontem
se foram há muito tempo
e já não suportam ninguém.

Nem quem fui
Nem quem sou.
tampouco serei.

Tua sede, minha fome.

À tua boca, meu desejo.
Ao teu corpo, minha sede.
E se és meu copo,
sede também meu prato.

Em nosso recato
o escândalo de ser
profanado e ungido
e assim permanecer.

E teu deleite
em minha fome
que te consome.

Fartas, minhas farpas
te cobrem e tu somes,
em nosso salivar.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sem.

Sem tempo.
Sem espaço.
Se nada há
além de nós.

Nós intensos.
Nós castos.
Nosso estar
nos nós.

Há dúvida?
Não posso
nem duvidar.

Há certezas?
Só posso
perguntar!

domingo, 30 de outubro de 2011

Quando voltar.

Quando partir, nada levarei
porque nada tenho de meu
o que trouxe de certo
em alguma esquina se perdeu.

Quando partir, nem quero pensar
e, se pensar que minhas dúvidas
não me acompanhem para lá,
porque decerto, não quero voltar.

Ah, que sofrimento!
As dúvidas se vazio estarei
ou se lá permanecerei...

Assaltam-me, assaltam-me!
Como esvaziar-me de mim
se o que serei e sou, não sei?

Por que voltar?


Quanto parti, trouxe tudo que tinha
e nada por lá deixei que me lembrasse
de um dia voltar para buscar.
Nada trouxe que pudesse lembrar de lá.

Quando parti de lá, nem pensava
e, se pensava com certeza
não era em voltar àquele lugar.
Meus pensamentos, meus pensamentos?


Ah, que tormento!
Agora sei porque essa saudade
tanto me aflige meu calos!

Por lá, meus pensamentos
se os trouxe, incômodos.
Se não, preciso buscá-los!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SAUDADES.


Saudades?
Estou morto, faz tempo, de não te ver!
A vontade já me domina e meu coração
Já não suporta tanto sofrer.

Saudades?
São o que me assalta longe de você!
Se não me elevam, nada me levam
só trazem mais entristecer.

Saudades.
Estúpida alegria de louco
que algum dia irei satisfazer!

Saudades.
Comoção tamanha e plural.
Ruim seria sozinho padecer!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Futuro ao ponto ou bem passado?

Estava a terminar o meu passado
quando percebi o inquieto futuro
que se mudava para o presente
deixando o passado mais próximo de mim...

Estava a alcançar meu futuro
quando percebi o presente
acompanhando meus passos

deixando o futuro mais distante enfim...

Alavancas e catapultas
motores e propulsões
que consciência, que ilusões?

Estou a morrer enquanto vivo
melhor ser mais rápido que o fogo
antes que esse bife passe do ponto.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ladra vida.


Estou de mal com a vida.
Essa ladra tem me consumido
vinte e quatro horas por dia
e meus anos não são devolvidos.


Estou de mal com a vida.
Essa maluca te me fugido
a cada ano, trezentos e tantos dias
e as décadas já as tenho esquecido.




Entretanto, não cesse teu ardil,
não me devolva do todo roubado,
nem um segundo fugidio.


Sendo minha inimiga frequente,
mas a tendo sempre em vista
permaneça roubando-me, eternamente.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Última vez

Hoje acordei pela última vez e espreguicei na cama até que o corpo já não conseguia mais espreguiçar.
Fui ao banheiro, tomei banho, escovei os dentes e fiz caretas ao espelho.
 
Saí de casa pela última vez, cheguei ao ponto de ônibus e o aguardei. Paguei minha última passagem e enfim, embarquei pela última vez.
Cheguei ao trabalho, registrei a entrada pela manhã, trabalhei, registrei a saída para o intervalo, conversei com alguns amigos durante o almoço, pela última vez.
 
Voltei ao trabalho, registrei a entrada da tarde, enquanto trabalhava fiz algumas piadas com os colegas do setor, recebi alguns telefonemas, fiz outros e falei com meu amor pela última vez.
Ao sair do trabalho, liguei para minhas filhas e registrei o ponto de saída pela última vez.
 
Decidi ir para casa caminhando. Muito longe, mas resolvi aproveitar a última vez e ver as pessoas nas ruas, passar pelos pontos de ônibus lotados, encarar os veículos que não param na faixa pela última vez.
Cansado, cheguei em casa e vi a lua no alto do céu. Entrei no Orkut, li scraps, acessei o hotmail, li mensagens, postei em algumas comunidades, escrevi em alguns de meus blogs, moderei alguns comentários e enfim decidi dormir, mas antes tomei banho e escovei os dentes e fiz caretas para o espelho, outra vez, pela última vez.
 
Deitei para dormir, pensando que amanhã talvez eu tenha oportunidade para fazer tudo novamente pela última vez!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Teu prazer.

Não quero que te sintas
pressionada a descalçar os pés
e andar por minhas costas desnudas.
Podes calcar teu salto.

Não quero que mintas
encabulada o prazer revés
que te dá ao sentir-se muda
esperando meu grito mais alto.

Se de dor ou prazer
que seja voraz.
Então que ei de fazer?

Implorar-te que me firas,
mas não me deixes ou que tenhas
comigo o zelo de quem se retira?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Flor de lótus

A flor fêmea translucida tua alma
para meu corpo embevecer nas noites frias
e nas quentes que me encanta tua alegria
em perder-se em teus instintos de fêmea alfa!


Minhas palavras por mais belas
parecem grunhidos ou apenas gemidos
de um prazer escapado das celas
de minha garganta para teus sentidos.





Antes de te aprisionar,
aprisionou-me  tua sensibilidade
e tua capacidade de amar.



Antes de te perder,
ganhou-me o encanto aflorado
de tuas palavras a me enlouquecer!

Devoção incondicional.



A poesia desvela a alma tua,
ou simplesmente denuncia
a fêmea ante seu amado, nua
vestida apenas do que vicia.

Vestida do desejo e da paixão

ou do querer quase como um cobrar
Exalando por todos os poros, paixão
e quase se esgotando de tanto gozar!

Assim, fácil é ler tua alma

exposta em dígitos,
vogais e consoantes.

Difícil depois será

manter minha calma
sem nos tornarmos amantes!

Tua parte inteira.


Ainda não sei de fato
se sou a parte de mim 
quando desato em choro
quando partes enfim.


Ainda não sei de fato
se sou minha parte
quando não partes
e sorris a me puxar.


Se sou o que queres
ou o que abandonas
ou o que te segue.


Sei sem duvidar de mim
de nenhuma dessas partes
que inteiro existo para te amar.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Desejo estéril.

Enquanto te negas ao amor
derrama-te em desejos contidos
e em pensamentos proibidos
alimentas a chama sob teu pudor.

Este fogo denunciado
sob tuas faces pelo rubor
é meu prêmio desejado,
minha prenda de amor.

Se ao descreveres o que sentes
e desejas fazer e desfrutar
saibas que há muito estou a delirar.

Porque te faço minha todas as noites.
Porque te faço dona de minha corte.
Sinto nossos desejos em cada açoite.

sábado, 20 de agosto de 2011

A certeza cruel.

Todos os dias de você sair de casa
Parece que acontece tudo
A certeza é que acontece
Todas as vezes que você pega a estrada

Essa estrada torta que se insinua

Essa estrada larga que se inicia
Em sua porta tão curta e estreita
Em sua cama tão larga e macia

Essa vendedora lhe quer mostrar

E se insinua dizendo que pode amar...
Vende-se dizendo que pode se mostrar
E se desnuda dizendo que quer se explorar.

Todos os dias essa estrada a se mostrar
Parece que se inicia dizendo te amar
Todos os dias a porta pode te mostrar
A certeza que não se deixa explorar!

Tua carne


Quero morder teus lábios
com minha boca sentir teu gosto
Quero em meus ouvidos teu uivo
de fêmea, quando fores fluido
e apenas sussurro, que morras em mim.

Quero balbuciar teu nome
gutural e apaixonado, sentir
teu ciúme cravar em minha pele,
em meu peito e sibilares ,
em meu corpo que te entrego.

Quero sentir tua carne...
Quero sentir teu gosto,
gosto de teu suor e de ti,
quero tudo que não seja
também do melhor.

Quero no fim que me devores
E me regurgites, que explodas
E me ordenes que me afaste de ti
até que não suportes e me peças
para retornar a teu covil.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sete linhas.

Tu me quebras à sorte
E quando tenho certo a morte
dá-me solo para que me aporte
Faze-me protegido e forte
eleva-me a teu consorte
como se fosses a rainha na corte
eu a te oferecer nenhum norte.

Apenas um alquebrado amor
que guardado em mim com fervor
ofereço-te como louvour,
mas se o trouxe como protetor
é certo que em meu estupor
ante tua presença e esplendor
não o encontro em meu interior.


Onde guardei minha senda?
Terei perdido nas sendas?
Terei deixado cair em fenda?
Ou esquecido em alguma tenda?
Terei perdido tua prenda?
Como resolver minha contenda?


Dá-me tua mão.
Toca este zangão
que um dia azarão
encontrou em seu coração
esta sorte ou não
desse amor atemporão!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Constatação.

Tu não te reconheces
e arfas.
Eu não me contenho
e avanço.
Não me prometes, nem exijo
juras.
Só me pego em desespero
à espreita.
Vezes tentas me controlar outras,
me tentas.
Eu não sei te instigar,
tento.
Se te tenho é porque
me tens.
Se me tens é injusto, mas natural.
És dona.

sábado, 13 de agosto de 2011

Tenho algo para lhe dizer

Eu sei que não gosta quando eu falo.
Mas amanheci com essa vontade louca
de soltar como água esvaindo no ralo,
como beijo que estala na boca.

Amanheci pensando em não dizer,
mas o controlar não é esquecer.
E quando fica na memória um sentimento
só se acalma quando há o contentamento.

Se não sei como saciar a sede
sem beber,
A fome sem comer...

Como saciarei minha vontade
sem dizer:
Eu amo você?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Mil desculpas



Peço-te mil desculpas,
Não por te ofender,
tampouco por te morder
ou dizer o que te insulta!

Pediria perdão,se crédulo!
autoflagelaria se sentisse dor
mais são virtuais meus ósculos,
e mais malicioso seu vigor!

Se tenho de jurar
Não jurarei não mais fazer
Juro que pensava agradar
Quando me disseste ofender!

Em teu cálice punha vinho
Em travesseiros, amor
Para teu deleite e deitar, carinho
Para teu despertar, fervor!

Mas que pese meu esforço
Que tese meu penar
senti que caí em profundo poço
quando derramaste teu odiar!

Só me encantava te elogiar
Só amava teu rubor
Só tentei te agradar.
Só colhi de ti, o horror!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ousa.

Que tenho para te dizer?
Se não ousares me usar
insistirei até te vencer
que me uses até cansar!

Que tenho a te pedir?
Se ousares me tomar
que não me deixes fugir
sequer permita-me pensar!


Usa toda tua malícia
Tua ousadia pura e escancarada
Transforme-se toda em delícia.


Seja a fêmea usada e descarada
Deixa-te acuar...
Esqueça-te que lá fora nada há!

As calçadas

Em suas calçadas
encontra-se de tudo.
Encontram-se roupas novas
De chita, algodão e veludo.
Tem comida para prova
Tem mesas para refeição,
garçom servindo cachaça,
Tem até gente passando.
Nas calçadas vende-se muito:
Cds, dvds e celular que deseja ter.
salgadinho com chedar ou patê.
pega-tudo ou até chumbinho.
Óculos e rádio, De tudo um pouquinho.
Compra roupa de cima, de baixo
e até lente de contato.
Nas calçadas tem policial
flertando vendedora
ou comprando pra sua senhora.
Tem moleque com seu cachimbo
sonhando com sua bicicleta voadora.
Nas calçadas tem gordas
olhando vitrine,
Tem magras tentando se olhar.
Tem carros parados
e motos tentando "roubar".
Tem casal se beijando
Esperando o ônibus chegar.
Tem que gente que se esgueira
simplesmente tentando passar.
O que não se encontram nas calçadas
são pessoas a passear.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nascimento.

No silêncio do ser
em seu quarto talvez
céu e inferno em padecer
eterno, curto e revés.

No barulho das ruas
e sua nudez esquálida
permeando-se de cruas
peles fugazes e pálidas.

A procura, busca.
o encontro, choca
e seu senso, semeia-se
e perde-se no eco.

Seu ser que não está
em si, visita-o pouco
insiste em amarelar
e ficar no outro.

Seu ser é contrário a si
e igual ao seu desejo,
mas inferna-se de vestir
o manto fugindo do despejo.

Fugir do destino certo
de todos os seres cridos
e encontrar talvez perto
o bem por outros esquecidos.

Ele esqueceu-se dela
antes mesmo de tê-la
e ela sequer existiu.
Antes mesmo morreu.

Então atente-se:
Na tela há algo de eterno.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Criação.

Areia.
Som.
Umidade.
Teu corpo cansado entrega-se à sua idade.

Jaze como bem faz toda terra molhada e enferma.
Som.
Umidade.
Areia.

Silêncio.
Pavor.
Luz.
Esperas que teu corpo perdure uma eternidade.

Lutas contra tudo e todos para fugires da sentença.
Luz.
Pavor.
Silêncio.

Entender os mistérios faz-se tão necessário
que não se pode perder em suas teias muito tempo.
Porque seu conhecimento não os mudará
Apenas preencherá teu peito de contentamento.

Se o sabes imutável, então
por que te empenhas em cruzada vã?
Contenta-te com o que sabes e segue
firme em tua vida pagã.

Melhor que ter certezas erradas,
é duvidar com a certeza de que aquilo
que não sabes é inalcançável e portanto
ganhas mais quando julgas perdê-lo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Obscuro e intenso.

O morrer é uma arte
dolorida para quem presencia
triste para os distantes
e obscura para quem a vivencia.



O nascer é uma necessidade
intensa para quem a presencia,
obscura para os distantes
e triste para quem o vivencia.


Viver é um prazer que doi.
É necessário estar presente,
é obscuro desfazer-se
e muito triste vivenciar.


Tua alegria podre de viver
morre na fria e pobre cama
em poucos minutos de prazer,
em delícias findas te derramas.


Não olvide do que és
não te faças em cercas.
No casulo, não te percas,
nem entenda o sonho ao revés.

Melhor que ofereças o sonho
além de tuas entranhas fecundas
para o sonho não se tornar medonho
nem todos os dias, segundas.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Estou mudo.

Mudo para um mundo sem cão,
sem dono e sem deus.
Mudo para uma verdade criada e
inventada que se perdeu.


Minha mudez não tem prazo.
Minha mudez não tem gosto.
Isso é bom porque seu atraso
pode durar menos que um gozo.


Minha mudez não é surda.
Seu tiro não sai pela culatra
porque essa verdade suja
é dessa gente encurralada.


Minha mudez não é cega.
Infelizmente passa fome e sofre
quando essa gente chora sem cobre.
Ela nada vê nem pega.


Minha mudez não é muda,
se grita quando apanha,
rosna quando ataca
e dança quando se assanha.


Por isto estou mudo
diante desse mundo onde cães
são deuses e seus guardiães.
Sou um pagão mudo e profuso.

O que és?

Maqueia-te e mostra a face que deseja para o mundo,
mas a mim, sabes que não enganas. tenho guardado no peito
e no canto mais profundo a exata imagem de tua alma!


Continua cedendo a caprichos de tua lascívia e enquanto der,
disfarça entre discursos e semblantes austeros enquanto reprovas
aquilo que te alimenta e apraz a alma nas alcovas e tabernas.


Tens a exata maneira de chegar ao topo e dominar as mentes
Sabes muito bem utilizar os engodos e ainda mais. Dominas as técnicas
de esvaziamento de opiniões... pensas estar acima de tudo e de todos!


Mais um dia em que não exista nada mais a conquistar,
parecerá que tua lente está fosca e tuas mãos já não segurarão
o que conquistastes outrora... É, não és o que pensas.


E se conseguiste muito e durante tanto tempo,
permanecer como símbolo de um mundo limpo e puro,
é que teus asseclas não sabem do arremedo que és.


Não te demora a aprender mais do que a ilusão
porque a turba não perdoa quando as cortinas caem
são aplausos para a glória e linchamento para o fracasso.


Aprenda rápido a te transformares no que pretendeste imprimir
porque as mentes que se esquecem dos atos, não se esquecem das ideias,
virão na cobrança de tua essência e terás que te apresentar como és.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Perda louca

Eu posso perder teu ponto
mas não permito que se vás de mim
nem que te esvaias longe e perdida assim.
Eu quero tua parte selvagem e sem dono!

Eu passo no teu ponto certo
e cravo minha marca pra ouvir teus berros
e canto minha canção até ganhar-te em ferros,
em doce conquista despauterada e sem conserto.

Se queres te perder, que te percas!
Mas não me deixa parco sem encher-te de mim,
permita-me antes perder-me fora das cercas
e encontrar-te nos aleatórios cansaços do fim.

domingo, 10 de julho de 2011

Um ponto

Tem um ponto
Tem um passo
que não se conta
que não se dá
e uma vida a nos empurrar!

Nesse ponto
Nesse passo
O que se conta
o que se dá
está na vida a nos segurar!

E o que se finda
e o que se cria
não se sabe
não se pode advinhar
Esta vida a se quedar.

Quando se queda
em pleno planar
espera-se a força
e o momento certo
para enfim, voar!

terça-feira, 31 de maio de 2011

AVISO.

A noite passada não terminou.
Todo seu fardo, todo seu medo
restou em um eterno pesadelo.
De mim, sei que não há segredo.


Ainda pareço sentir o gosto de tudo
e de nada se parece livrar o corpo.
Busco sair, nunca fui sortudo,
fogo e espadas encontro. Absurdo.


Este corpo nem parece meu.
Esta mente parece lutar
para abandonar o que morreu...
estou em um eterno bocejar!


As cores, os sons, os sabores.
Tudo intenso, misturado a findar.
Crenças e teorias, tantos atores...
Estará na hora de abandonar?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Meu prazer.

Desfazes de meu humor
com teus disfarces sutis
e teus carinhos sem pudor,
sem medidas, cheios de ardis.


És a própria imaginação
de minha mente confusa
que busca na multidão
a existência profusa!


És minha doce ilusão
E obsessão incessante
que me toma na tensão
das horas fugazes e delirantes...


És minha doce morte
que me saudou em meu nascer
És minha vida enferma
que se despediu ao me conceber...


És a que busco na corrida
dos meus dias inglórios
És a que encontro no rastejar
das minhas noites exitosas...


Escandalizas meu ser e sua existência,
fazes de mim o que tens de fazer,
cumpres sempre o que tua essência
de lascívia dá-se a pretender.


Se me prometes algo de secreto
é que nada posso esperar
das horas que teimam em vagar,
nem dos dias inquietos.


Só me tomas a teu deleite
que por sorte ou azar
nasceu de tal cimento ou azeite
que minha fome é o teu desfrutar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Disfarces

Enquanto te desfazes das roupas
e eu me desfaço em desejo
disfarças que estás louca
e eu faço que não te vejo.


Não te vejo contorcer o corpo,
a cintura levemente inclinar
e os teus seios arfar.
Finjo que estou absorto.


Eis o jogo que perco
porque quando te afastas,
sem relutar eu te cerco.


Cercando, te enlaço.
Alegro-me na derrota
e em teu corpo me desfaço!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Canta cotovia!

Minha cantante cotovia,
errante de minha vida
e de meus prazeres, querida
por onde andas, minha alegria?

Não me deixes sem te ouvir
cantar meu nome em alto som
porque não me comprazo sem ti
e minha vida é nada sem teu tom.

Dá-me logo a graça
de ouvi-la em meu nome
se deleitar em gozo que não passa
gritar, em fogo que não se consome.

Deleito-me em teu grito
tomada de assalto por ondas
de prazer e deleite restrito
que te permites e estrondas.

Anda, faça-se minha!
Então encha de sons, meus ouvidos
cansados da vida igual e mesquinha
darão à sua rainha, o trono prometido!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

RESUMO

Céu nublado,
manhã chuvosa,
lençol amassado,
preguiça manhosa.


Marcador digital,
tempo correndo,
alarme pontual,
corpo amolecendo.


Sono lutando,
pensamentos chegando,
compromissos gritando,
inferno esperando!


Espera massante,
trânsito louco,
papo intinerante,
demora pouco.


Que bom se o mundo
fosse mais profundo
e nossas queixas resumidas
em poucas linhas reunidas!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pescas, não pecas.

01-Amanhã se o sol insistir em nos acordar
02-Entrega-o a seu ciúme e inveja
01-o dia inteiro, deixa-o queimar.
03-À noite teremos, inteira a lua
02-para que nos abrace e nos veja.

04-A disposição que me invade
05-sufoco-a entre teus beijos.
06-Mais uma vez não a deixo partir
03-sinto quanto tua pele nua
06-arde e me perco em teus lábios carmim.

07-Entre teus cabelos escuros
08-e tua pele clara, desnorteio
07-e desfaleço-me derrubando os muros,
03-e toda minha dureza crua
08-transforma-se em doce devaneio.

09-Se as estrelas confundem
10-e os lençois teimam em nos deixar,
09-desdenha deste momento. É miragem.
03-É ilusão solta que atua
10-e não se pode considerar!

11-És a realeza desta noite
12-e tens toda minha servidão
11-Se te lanço em açoite
03-É que preso à lança tua
12-fui colhido por teu arpão.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Perdeste

1-Não me provoca com tua intimidade secreta,
2-não me destina ao fardo da idade nem ao tempo,
3-não me esqueça no limbo de tua memória
1-pois quem não sabe o que segreda,
2-não sabe onde mora seu contentamento,
3-não saberá contar sua história.

4-Eu apenas olho tua face clara
5-e imagino o restante de tua pessoa
6-e tento esquecer de mim em qualquer canto.
4-Assim espero entender tua beleza rara,
5-assim tento ouvir o canto que entoas
6-assim o lamento vai-se embora com o pranto.

7-Saberás traduzir o que te conto
8-se fizeres como fiz e quero que faças
9-se me tomares como se fosse parte tua,
7-quando te isolares e repousares em teu canto
8-quando me entoares e encontrares tua graça
9-quando se sentires e ficares completamente nua.

10-Eu não te roubarei do lar
11-Eu não te deixarei em paz
12-eu não te deixarei os pensamentos
10-porque não te quero ver chorar
11-porque te persegui assaz
12-porque estou em teus lamentos.

13-Estás a lamentar o que não perdeste,
14-mas jogaste fora por desdém
15-ou simplesmente não tivestes mãos
13-para segurar como se não merecesses
14-a felicidade de ser una com teu bem.
15-Não adianta chorar nossa perdição!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Chama virtual

1- Teu canto incomoda
2- minha inerte carne
3- e tua voz alcança
0- meu canto mais remoto,
1- meu instinto remoça,
2- meu humor se parte
3- e meu desejo avança.

1- Teu gosto incendeia
2- minha saliva que testa
3- tua pele e calor
0- teu prazer e desejo postos
1- e gosto de ver tua teia
2- armada para a festa
3- que pretendes para o amor...

1- Essa noite pode ser nossa
2- e ainda pode por muitas vezes
3- ser repetida na memória,
0- e sentida em nossos corpos
1- mas se o dia trouxer a fossa
2- é só tirar tua vestes
3- e repetir nossa história.

1- Não me encantes pensando
2- que ouço, sou surdo quase sempre,
3- mas sou atento a tudo de ti
0- que careça sofregamente de algo meu.
1- não te deixarei esperando.
2- Este desejo que te vê na mente,
3- tateia-te na certeza de estares aqui!

1- Como podes desvirtuar
2- quem sequer clama virtude?
3- Roga o carinho de tua voz
0- e a doçura do teu toque
1- nas penumbras imaginar
2- corpos na inquietude
3- apertando-se em vituais nós!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dispenso-te

Pega teu amor e toda tua disfarçatez
Assuma tua dor e viaja agora.
Veja se tua vida repleta de acidez
esquece da minha e vai embora.

Ela que vá embora com tua carcaça
Com tua boca imunda e grave
que se não se amolda, não se disfarça
em flores, mas em arbustos e entraves.


Esgueira-te e deixa-me só
Prefiro minha vida incerta
do que te ver revirando meu pó.


Como se tudo que eu fosse
pudesse estar nas linhas retas
e na ausência de tosse.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

TEU RESUMO

Ferros e couros na pele clara
pressionados por dedos flácidos,
movidos por braços fortes
e troncos hercúleos e tesos.


Superam tua força que chora
e trabalham tua matriz sem parar
nem permitem que vivas agora,
dela a glória feliz de dançar.


Tua força que se esvai
dia a dia como se morresse
no crepúsculo do dia que cai
e com a manhã não florecesse.


É preciso que te esqueças
do pecado e dos compromissos
como notívago que permaneças
e não durmas o sono dos omissos.


Porque não podes olvidar
Se tens de sonhar
que sonhes ao andar
Assim há de conquistar.


E nada de morte com o rei
nem com a lua se levar
porque não te salvarei
se teu plano não alçar.


Ceda o couro e roa o ferro!
Mostra teus dentes fortes
e o fogo de tua alma sem erro,
mostra que mudaste tua sorte!


Teus olhos sejam impiedosos
E aos maliciosos, mostra teu ventre
tua carne exposta aos desejosos
deixe-a sentir e siga em frente.


Tuas mãos são ágeis o bastante
para segurar, separar e mover
enquanto tua alma escolhe o montante
que podes levar sem morrer.


Porque pensar em morte é não crer
que tua vida é um presente perfeito.
Porque pensar na morte é temer
que a vida é um pesadelo desfeito.


Incomodam teu sono e a flacidez?
Então suba à tua cela e encerre
tua vida imprecisa e descortez
Sele antes que a porta emperre.


Escolha de que lado será trancado.
Se queres dentro da vida, não te canses
do lado da morte, já estás avançado.
Tuas escolhas, foram feitas antes.


Incomodam teu sono e a flacidez?
Porque teus ouvidos rijos
já não escutam e teus olhos vermelhos
pestanejam o azar de tua sonsidez.


De passar desde a infância
A desdenhar da verdade
e disfarçar solidariedade
e requisitar inocência.


Sabias que a vida avança
Devias saber desde o início
Que nesse mundo, a esperança
Não te quer entre vícios.


E o pecado que te fere como lança
existe em tua alma agora inerte
quando enfim, percebes na morte
que não podias ter nascido criança.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Valora-me

É o teu valor e o meu,
Ouvir e ser ouvido
no instante e exato segundo
o que no outro aconteceu,
momento de querer e ser querido
mais que qualquer outro no mundo.


É o teu valor e o meu.
Queixares que se perdes
sem ao menos chance ter se permitido
será jogar teus sentimentos em breu
e em esquisito dilema que se sucede

quando já não sabes o que é sentido.

É o teu valor e o meu.
Fazer deste amor, carnavais.
Tanto festa, quanto carne, quanto paz
e perder-se assim como quem se perdeu
Os desejos que não se preservam mais
e há muito deixaram de ser plurais
.

Nada mais tenho de ti
E tu que tens de mim?
Queres ainda o sonho antigo,
mas posso dizer-te que aprendi
se não sonho com teus lábios carmim
minha paz ainda é tua, eu te digo.

Minha pressa

Tenha pressa.
Toca tua música.
corre tua mão destra.
canta!

Tenha zelo.
Pinta uma tela.
Afia teu pelo.
Encanta!

Quando cantares,
quando pintares,
Faça-os com esmero profundo.

Porque poderá ser a última vez.
Logo já não vejo, nem ouço.
Já sou cego e surdo nesse mundo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Direção

Tua queixa me comove
e me faz pensar,
mas o desejo que me move
continua a me lançar.

Lança como arco tesado
depois solto na certeza
de alvo indefeso imobilizado
a abater por sua seta.

Queixas e removes
minhas chances de defesa
quando em teus beijos me envolves.

Rendo-me assim à tua realidade
e entrego meus esmos devaneios
em refúgio certo entre teus seios!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Meu medo.


Tenho medo da escuridão.
Não sei pisar onde não vejo
Nem aceitar o que não desejo.
Custa-me cair em tentação!

Tenho medo da paixão.
Não sei medir minhas causas
nem deixar minhas mágoas
ao leu de minha decisão.

Tenho medo da solidão.
Não aceito as distâncias.
Espaços entre as instâncias
preencho com  devassidão!

Meu medo é atemporal
perdido no relógio digital
do tempo do meu pulso
que já não orna, nem me insulta.

Meu medo é meu mal.
Se quero e não vou,
não sei avançar o sinal
nem sair de onde estou.

Meu medo é animal
E devora meu tempo
e minha força se faz banal.
Sequer grito meu lamento.

Meu medo é meu bem.
Apego-me e ele me justifica.
Somos par, o que nos identifica
e posso dizer que sou alguém.

Meu medo é de ninguém.
Nem meu, nem dele, nem do mundo.
Ele é apenas um ser profundo
que se move dentro de seu quem.

Meu medo está torto
De viés e enviezado.
só não fica parado
nem atracado em porto.

Meu medo está morto,
mas zumbizea nas praças,
nas matrizes e hortos
da juventude e suas graças!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dono da verdade.




A verdade não deve ser possuída
Deve ser antes explorada e devassada
Como uma amante sempre escondida,
entretanto muito mais amada e idolatrada.

Devemos ter prazer em tocá-la.
Aqueles que conseguirem, devaneçam-se
e encham sua boca de mácula,
de gozo, suas entranhas. Entorpeçam-se.

Ela é assim: Boa para uns momentos,
mas vivê-la eternamente
Não se faz sem muitos sofrimentos.

Assim não a queiram desposá-la.
Eis que a verdade é cruel
e ninguém conseguiria suportá-la.

domingo, 27 de março de 2011

Último fôlego.

O último fôlego suspirou todo meu desejo
e queimou tuas entranhas como vulcão
o tremor, mais que terremoto, despejo.
Despejo de toda minha emoção.


E se te procuro invadir mais uma vez
é que me sinto deserto, cáustico e ermo
como se tua pele em toda maciez
pudesse deixar de fazer-me enfermo.

Sou como tu és para mim, diferente
mas tão querido e desejado
que nenhum outro adjetivo cabe: Ardente!

E queima-me quando explodes
Queimo-te quando afago-te
em prazer recato que me acolhes.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Antes do não.

Foi o bastante seu sorriso
para que me brilhasse o dia.
Senti-me como no paraíso
e meu corpo era pura euforia!


Antes mesmo de tocar sua pele,
sentia sua leveza e maciez
na busca de palavra que sele
este momento de tamanha embriaguez!


Entorpecido os sentidos
na ansiosa espera do prêmio
há tanto desejado e perseguido


Antes do beijo em seus doces lábios,
a leve língua e seus dentes em comunhão

lançaram e fincaram-me a cruel sílaba: Não!

Deleite etéreo.


Quem fala que o tormento é necessário
para desfrutar do sentimento incendiário
que acomete os vencedores e os conquistadores
de suas provas e desejados amores?


Quem se lamenta ante a primeira dificuldade
e não busca encontrar os segundos de felicidade
rebuscados nos sonhos, fantasias e imaginações
não foi cunhado para a vida de contemplações!


Se não desfruta da carne na alcova material
Não se pode se abater, desistir e não sonhar.
Não se pode jurar peca o doce frugal!


Assim, desdenhar de cada impreciso não
é necessário e vital para lambuzar-se
nos lençois etéreos de seu doce pomar!

segunda-feira, 14 de março de 2011

O que sei de mim.

Para quem quiser saber
Digo que não me sinto solto.
Longe de livre ou perdido ser
Mesmo que etéreo, tênue e leve
sinto-me tão preso quanto louco.
E se louco posso dizer, feliz?

Porque se acontece de me prender,
é que já nasci morto de desejo.
Longe de não sonhar ou enlouquecer
na busca incessante do que
não vejo
ainda que isto nunca me leve
além de um palmo à frente do meu nariz.

Então não me interroguem
então não me questionem
Não sei nem de mim
como saberia do que sou?
Como saberia do porvir?
Basta-me estar aqui.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Intantes de amor.

Lapsos de luz  resvalam
na minha mente clara e inquieta,
de pronto me seduz num estalo
tua visão quente, rara e reta!

Tua luz sem cor e sem textura
define e prende meu olhar,
pelo calor de imagem pura
que imprime todo meu penar.

Se sim e se não será fatal
o desdém de tua atenção de mim.
Meu circo tem seu final.

Se tenho ou não, na trama um papel
de fato faço-te rir e sonhar.
A mim o que fazes, além de te amar?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A forma do amor.

A pura forma não se conforma,
mas não se deforma e quando torna,
volta como sempre estivera
volta como se nunca se perdera.


Como se não perdesse um minuto
da vida, da sorte ou do trunfo.
Como se não se perde um segundo
do suspiro mais forte e profundo


Retorna e se reconhece no lar
como se este nem lhe fora outro
tampouco fosse um mero par.

Um mero par que se pudesse separar,
é muito mais, uma parte desgarrada
que volta pro seio completar!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Em chamas!

Tato, tatu taturana
O teu toque não me acende,
explora-me e  chama-me
para formigar teu pêlo quente.

Explode-se em querer viver
e morrer desvalida , vã e vaga
em deguste de sórdida vida.
Rica, cálida e torpe em prazer.

Suplicas por deixar-te descansar
de tua fome, forte e fugaz.
És brasa sob cinzas a queimar!

És de querer que te consuma
até que te rasgue e te gaste
e nada teu tenha a possuir!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Devora-me

Tu tendes a ter-me como escravo
quando se delicias e desnudas
em pele o delicado doce mascavo
e desdenhosa permaneces muda.

Eu te tenho enquanto te livras
de mim e desvaneces teu corpo nu
em luz tênue e tuas garras crivas
em minha carne sem o menor tabu.


Entre tuas coxas, meu deleite,
e meu esgotamento em gotejar.
Pareces meu renascer, forçar.

Deixa-me provar teu sangue
enquanto o meu se esvai
sêca, tu anseias por mais.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CONFUNDES



O que me confunde, nada tem a ver
com minha anatomia ou com a tua.
Tem com a forma de teu querer
que me deixa a cabeça nua!

Essa nudez em meu pensar,
em meus sentidos disformes,
desperta meu estranhar
e tua inocência dorme.

Tem em si, a sorte
de ser apenas vaga lembrança
e não fomentada dor forte!

Porque se me confundes
como quem se dá ou se perdeu
Apenas recebo-te e sou teu!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Conjugares.



Só de te olhar
Sei o que a gente pode ser
nesse instante que pareço existir
apenas para me expor.


Você, apenas para me fascinar,
mostra que posso me entorpecer
mesmo antes de seu gosto sentir
e faz seu olhar me transpor.


Nestes versos posso subjetivar 
 o
verbo de meu entorpecer
que parece nem notar meu existir!

Mas a certeza de teu notar
transforma o fascínio em querer
e o querer em demasiado possuir!