quinta-feira, 1 de abril de 2010

Errante invasor

Quando agradeço a miséria

Em que vivo é que, se não me descarta

Há muito que vejo, não me descarna!

Melhor que teu gosto cruel

Que não passou de uma pilhéria

Depois de me fazer sonhar, deixou-me ao léu.



Ah, triste e presunçosa histeria

que se apossa de mim como navegador errante,

como infante bravo em sua escuderia...

Estouraria manadas, se fôssemos amantes.

Se não te esquecesses no outro dia

dos meus braços, na noite de antes...



Bárbaro seria não existir!

Se somente não existindo eu pudesse

Querer invadir tuas praias com minha nau,

Tensionar minhas velas, em teus ventos quisesse,

Não haveria perigo nem mau:

- Seria abrigado em teu regaço arfante!

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