terça-feira, 30 de agosto de 2011

Teu prazer.

Não quero que te sintas
pressionada a descalçar os pés
e andar por minhas costas desnudas.
Podes calcar teu salto.

Não quero que mintas
encabulada o prazer revés
que te dá ao sentir-se muda
esperando meu grito mais alto.

Se de dor ou prazer
que seja voraz.
Então que ei de fazer?

Implorar-te que me firas,
mas não me deixes ou que tenhas
comigo o zelo de quem se retira?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Flor de lótus

A flor fêmea translucida tua alma
para meu corpo embevecer nas noites frias
e nas quentes que me encanta tua alegria
em perder-se em teus instintos de fêmea alfa!


Minhas palavras por mais belas
parecem grunhidos ou apenas gemidos
de um prazer escapado das celas
de minha garganta para teus sentidos.





Antes de te aprisionar,
aprisionou-me  tua sensibilidade
e tua capacidade de amar.



Antes de te perder,
ganhou-me o encanto aflorado
de tuas palavras a me enlouquecer!

Devoção incondicional.



A poesia desvela a alma tua,
ou simplesmente denuncia
a fêmea ante seu amado, nua
vestida apenas do que vicia.

Vestida do desejo e da paixão

ou do querer quase como um cobrar
Exalando por todos os poros, paixão
e quase se esgotando de tanto gozar!

Assim, fácil é ler tua alma

exposta em dígitos,
vogais e consoantes.

Difícil depois será

manter minha calma
sem nos tornarmos amantes!

Tua parte inteira.


Ainda não sei de fato
se sou a parte de mim 
quando desato em choro
quando partes enfim.


Ainda não sei de fato
se sou minha parte
quando não partes
e sorris a me puxar.


Se sou o que queres
ou o que abandonas
ou o que te segue.


Sei sem duvidar de mim
de nenhuma dessas partes
que inteiro existo para te amar.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Desejo estéril.

Enquanto te negas ao amor
derrama-te em desejos contidos
e em pensamentos proibidos
alimentas a chama sob teu pudor.

Este fogo denunciado
sob tuas faces pelo rubor
é meu prêmio desejado,
minha prenda de amor.

Se ao descreveres o que sentes
e desejas fazer e desfrutar
saibas que há muito estou a delirar.

Porque te faço minha todas as noites.
Porque te faço dona de minha corte.
Sinto nossos desejos em cada açoite.

sábado, 20 de agosto de 2011

A certeza cruel.

Todos os dias de você sair de casa
Parece que acontece tudo
A certeza é que acontece
Todas as vezes que você pega a estrada

Essa estrada torta que se insinua

Essa estrada larga que se inicia
Em sua porta tão curta e estreita
Em sua cama tão larga e macia

Essa vendedora lhe quer mostrar

E se insinua dizendo que pode amar...
Vende-se dizendo que pode se mostrar
E se desnuda dizendo que quer se explorar.

Todos os dias essa estrada a se mostrar
Parece que se inicia dizendo te amar
Todos os dias a porta pode te mostrar
A certeza que não se deixa explorar!

Tua carne


Quero morder teus lábios
com minha boca sentir teu gosto
Quero em meus ouvidos teu uivo
de fêmea, quando fores fluido
e apenas sussurro, que morras em mim.

Quero balbuciar teu nome
gutural e apaixonado, sentir
teu ciúme cravar em minha pele,
em meu peito e sibilares ,
em meu corpo que te entrego.

Quero sentir tua carne...
Quero sentir teu gosto,
gosto de teu suor e de ti,
quero tudo que não seja
também do melhor.

Quero no fim que me devores
E me regurgites, que explodas
E me ordenes que me afaste de ti
até que não suportes e me peças
para retornar a teu covil.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sete linhas.

Tu me quebras à sorte
E quando tenho certo a morte
dá-me solo para que me aporte
Faze-me protegido e forte
eleva-me a teu consorte
como se fosses a rainha na corte
eu a te oferecer nenhum norte.

Apenas um alquebrado amor
que guardado em mim com fervor
ofereço-te como louvour,
mas se o trouxe como protetor
é certo que em meu estupor
ante tua presença e esplendor
não o encontro em meu interior.


Onde guardei minha senda?
Terei perdido nas sendas?
Terei deixado cair em fenda?
Ou esquecido em alguma tenda?
Terei perdido tua prenda?
Como resolver minha contenda?


Dá-me tua mão.
Toca este zangão
que um dia azarão
encontrou em seu coração
esta sorte ou não
desse amor atemporão!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Constatação.

Tu não te reconheces
e arfas.
Eu não me contenho
e avanço.
Não me prometes, nem exijo
juras.
Só me pego em desespero
à espreita.
Vezes tentas me controlar outras,
me tentas.
Eu não sei te instigar,
tento.
Se te tenho é porque
me tens.
Se me tens é injusto, mas natural.
És dona.

sábado, 13 de agosto de 2011

Tenho algo para lhe dizer

Eu sei que não gosta quando eu falo.
Mas amanheci com essa vontade louca
de soltar como água esvaindo no ralo,
como beijo que estala na boca.

Amanheci pensando em não dizer,
mas o controlar não é esquecer.
E quando fica na memória um sentimento
só se acalma quando há o contentamento.

Se não sei como saciar a sede
sem beber,
A fome sem comer...

Como saciarei minha vontade
sem dizer:
Eu amo você?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Mil desculpas



Peço-te mil desculpas,
Não por te ofender,
tampouco por te morder
ou dizer o que te insulta!

Pediria perdão,se crédulo!
autoflagelaria se sentisse dor
mais são virtuais meus ósculos,
e mais malicioso seu vigor!

Se tenho de jurar
Não jurarei não mais fazer
Juro que pensava agradar
Quando me disseste ofender!

Em teu cálice punha vinho
Em travesseiros, amor
Para teu deleite e deitar, carinho
Para teu despertar, fervor!

Mas que pese meu esforço
Que tese meu penar
senti que caí em profundo poço
quando derramaste teu odiar!

Só me encantava te elogiar
Só amava teu rubor
Só tentei te agradar.
Só colhi de ti, o horror!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ousa.

Que tenho para te dizer?
Se não ousares me usar
insistirei até te vencer
que me uses até cansar!

Que tenho a te pedir?
Se ousares me tomar
que não me deixes fugir
sequer permita-me pensar!


Usa toda tua malícia
Tua ousadia pura e escancarada
Transforme-se toda em delícia.


Seja a fêmea usada e descarada
Deixa-te acuar...
Esqueça-te que lá fora nada há!

As calçadas

Em suas calçadas
encontra-se de tudo.
Encontram-se roupas novas
De chita, algodão e veludo.
Tem comida para prova
Tem mesas para refeição,
garçom servindo cachaça,
Tem até gente passando.
Nas calçadas vende-se muito:
Cds, dvds e celular que deseja ter.
salgadinho com chedar ou patê.
pega-tudo ou até chumbinho.
Óculos e rádio, De tudo um pouquinho.
Compra roupa de cima, de baixo
e até lente de contato.
Nas calçadas tem policial
flertando vendedora
ou comprando pra sua senhora.
Tem moleque com seu cachimbo
sonhando com sua bicicleta voadora.
Nas calçadas tem gordas
olhando vitrine,
Tem magras tentando se olhar.
Tem carros parados
e motos tentando "roubar".
Tem casal se beijando
Esperando o ônibus chegar.
Tem que gente que se esgueira
simplesmente tentando passar.
O que não se encontram nas calçadas
são pessoas a passear.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nascimento.

No silêncio do ser
em seu quarto talvez
céu e inferno em padecer
eterno, curto e revés.

No barulho das ruas
e sua nudez esquálida
permeando-se de cruas
peles fugazes e pálidas.

A procura, busca.
o encontro, choca
e seu senso, semeia-se
e perde-se no eco.

Seu ser que não está
em si, visita-o pouco
insiste em amarelar
e ficar no outro.

Seu ser é contrário a si
e igual ao seu desejo,
mas inferna-se de vestir
o manto fugindo do despejo.

Fugir do destino certo
de todos os seres cridos
e encontrar talvez perto
o bem por outros esquecidos.

Ele esqueceu-se dela
antes mesmo de tê-la
e ela sequer existiu.
Antes mesmo morreu.

Então atente-se:
Na tela há algo de eterno.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Criação.

Areia.
Som.
Umidade.
Teu corpo cansado entrega-se à sua idade.

Jaze como bem faz toda terra molhada e enferma.
Som.
Umidade.
Areia.

Silêncio.
Pavor.
Luz.
Esperas que teu corpo perdure uma eternidade.

Lutas contra tudo e todos para fugires da sentença.
Luz.
Pavor.
Silêncio.

Entender os mistérios faz-se tão necessário
que não se pode perder em suas teias muito tempo.
Porque seu conhecimento não os mudará
Apenas preencherá teu peito de contentamento.

Se o sabes imutável, então
por que te empenhas em cruzada vã?
Contenta-te com o que sabes e segue
firme em tua vida pagã.

Melhor que ter certezas erradas,
é duvidar com a certeza de que aquilo
que não sabes é inalcançável e portanto
ganhas mais quando julgas perdê-lo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Obscuro e intenso.

O morrer é uma arte
dolorida para quem presencia
triste para os distantes
e obscura para quem a vivencia.



O nascer é uma necessidade
intensa para quem a presencia,
obscura para os distantes
e triste para quem o vivencia.


Viver é um prazer que doi.
É necessário estar presente,
é obscuro desfazer-se
e muito triste vivenciar.


Tua alegria podre de viver
morre na fria e pobre cama
em poucos minutos de prazer,
em delícias findas te derramas.


Não olvide do que és
não te faças em cercas.
No casulo, não te percas,
nem entenda o sonho ao revés.

Melhor que ofereças o sonho
além de tuas entranhas fecundas
para o sonho não se tornar medonho
nem todos os dias, segundas.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Estou mudo.

Mudo para um mundo sem cão,
sem dono e sem deus.
Mudo para uma verdade criada e
inventada que se perdeu.


Minha mudez não tem prazo.
Minha mudez não tem gosto.
Isso é bom porque seu atraso
pode durar menos que um gozo.


Minha mudez não é surda.
Seu tiro não sai pela culatra
porque essa verdade suja
é dessa gente encurralada.


Minha mudez não é cega.
Infelizmente passa fome e sofre
quando essa gente chora sem cobre.
Ela nada vê nem pega.


Minha mudez não é muda,
se grita quando apanha,
rosna quando ataca
e dança quando se assanha.


Por isto estou mudo
diante desse mundo onde cães
são deuses e seus guardiães.
Sou um pagão mudo e profuso.

O que és?

Maqueia-te e mostra a face que deseja para o mundo,
mas a mim, sabes que não enganas. tenho guardado no peito
e no canto mais profundo a exata imagem de tua alma!


Continua cedendo a caprichos de tua lascívia e enquanto der,
disfarça entre discursos e semblantes austeros enquanto reprovas
aquilo que te alimenta e apraz a alma nas alcovas e tabernas.


Tens a exata maneira de chegar ao topo e dominar as mentes
Sabes muito bem utilizar os engodos e ainda mais. Dominas as técnicas
de esvaziamento de opiniões... pensas estar acima de tudo e de todos!


Mais um dia em que não exista nada mais a conquistar,
parecerá que tua lente está fosca e tuas mãos já não segurarão
o que conquistastes outrora... É, não és o que pensas.


E se conseguiste muito e durante tanto tempo,
permanecer como símbolo de um mundo limpo e puro,
é que teus asseclas não sabem do arremedo que és.


Não te demora a aprender mais do que a ilusão
porque a turba não perdoa quando as cortinas caem
são aplausos para a glória e linchamento para o fracasso.


Aprenda rápido a te transformares no que pretendeste imprimir
porque as mentes que se esquecem dos atos, não se esquecem das ideias,
virão na cobrança de tua essência e terás que te apresentar como és.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Perda louca

Eu posso perder teu ponto
mas não permito que se vás de mim
nem que te esvaias longe e perdida assim.
Eu quero tua parte selvagem e sem dono!

Eu passo no teu ponto certo
e cravo minha marca pra ouvir teus berros
e canto minha canção até ganhar-te em ferros,
em doce conquista despauterada e sem conserto.

Se queres te perder, que te percas!
Mas não me deixa parco sem encher-te de mim,
permita-me antes perder-me fora das cercas
e encontrar-te nos aleatórios cansaços do fim.

domingo, 10 de julho de 2011

Um ponto

Tem um ponto
Tem um passo
que não se conta
que não se dá
e uma vida a nos empurrar!

Nesse ponto
Nesse passo
O que se conta
o que se dá
está na vida a nos segurar!

E o que se finda
e o que se cria
não se sabe
não se pode advinhar
Esta vida a se quedar.

Quando se queda
em pleno planar
espera-se a força
e o momento certo
para enfim, voar!

terça-feira, 31 de maio de 2011

AVISO.

A noite passada não terminou.
Todo seu fardo, todo seu medo
restou em um eterno pesadelo.
De mim, sei que não há segredo.


Ainda pareço sentir o gosto de tudo
e de nada se parece livrar o corpo.
Busco sair, nunca fui sortudo,
fogo e espadas encontro. Absurdo.


Este corpo nem parece meu.
Esta mente parece lutar
para abandonar o que morreu...
estou em um eterno bocejar!


As cores, os sons, os sabores.
Tudo intenso, misturado a findar.
Crenças e teorias, tantos atores...
Estará na hora de abandonar?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Meu prazer.

Desfazes de meu humor
com teus disfarces sutis
e teus carinhos sem pudor,
sem medidas, cheios de ardis.


És a própria imaginação
de minha mente confusa
que busca na multidão
a existência profusa!


És minha doce ilusão
E obsessão incessante
que me toma na tensão
das horas fugazes e delirantes...


És minha doce morte
que me saudou em meu nascer
És minha vida enferma
que se despediu ao me conceber...


És a que busco na corrida
dos meus dias inglórios
És a que encontro no rastejar
das minhas noites exitosas...


Escandalizas meu ser e sua existência,
fazes de mim o que tens de fazer,
cumpres sempre o que tua essência
de lascívia dá-se a pretender.


Se me prometes algo de secreto
é que nada posso esperar
das horas que teimam em vagar,
nem dos dias inquietos.


Só me tomas a teu deleite
que por sorte ou azar
nasceu de tal cimento ou azeite
que minha fome é o teu desfrutar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Disfarces

Enquanto te desfazes das roupas
e eu me desfaço em desejo
disfarças que estás louca
e eu faço que não te vejo.


Não te vejo contorcer o corpo,
a cintura levemente inclinar
e os teus seios arfar.
Finjo que estou absorto.


Eis o jogo que perco
porque quando te afastas,
sem relutar eu te cerco.


Cercando, te enlaço.
Alegro-me na derrota
e em teu corpo me desfaço!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Canta cotovia!

Minha cantante cotovia,
errante de minha vida
e de meus prazeres, querida
por onde andas, minha alegria?

Não me deixes sem te ouvir
cantar meu nome em alto som
porque não me comprazo sem ti
e minha vida é nada sem teu tom.

Dá-me logo a graça
de ouvi-la em meu nome
se deleitar em gozo que não passa
gritar, em fogo que não se consome.

Deleito-me em teu grito
tomada de assalto por ondas
de prazer e deleite restrito
que te permites e estrondas.

Anda, faça-se minha!
Então encha de sons, meus ouvidos
cansados da vida igual e mesquinha
darão à sua rainha, o trono prometido!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

RESUMO

Céu nublado,
manhã chuvosa,
lençol amassado,
preguiça manhosa.


Marcador digital,
tempo correndo,
alarme pontual,
corpo amolecendo.


Sono lutando,
pensamentos chegando,
compromissos gritando,
inferno esperando!


Espera massante,
trânsito louco,
papo intinerante,
demora pouco.


Que bom se o mundo
fosse mais profundo
e nossas queixas resumidas
em poucas linhas reunidas!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pescas, não pecas.

01-Amanhã se o sol insistir em nos acordar
02-Entrega-o a seu ciúme e inveja
01-o dia inteiro, deixa-o queimar.
03-À noite teremos, inteira a lua
02-para que nos abrace e nos veja.

04-A disposição que me invade
05-sufoco-a entre teus beijos.
06-Mais uma vez não a deixo partir
03-sinto quanto tua pele nua
06-arde e me perco em teus lábios carmim.

07-Entre teus cabelos escuros
08-e tua pele clara, desnorteio
07-e desfaleço-me derrubando os muros,
03-e toda minha dureza crua
08-transforma-se em doce devaneio.

09-Se as estrelas confundem
10-e os lençois teimam em nos deixar,
09-desdenha deste momento. É miragem.
03-É ilusão solta que atua
10-e não se pode considerar!

11-És a realeza desta noite
12-e tens toda minha servidão
11-Se te lanço em açoite
03-É que preso à lança tua
12-fui colhido por teu arpão.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Perdeste

1-Não me provoca com tua intimidade secreta,
2-não me destina ao fardo da idade nem ao tempo,
3-não me esqueça no limbo de tua memória
1-pois quem não sabe o que segreda,
2-não sabe onde mora seu contentamento,
3-não saberá contar sua história.

4-Eu apenas olho tua face clara
5-e imagino o restante de tua pessoa
6-e tento esquecer de mim em qualquer canto.
4-Assim espero entender tua beleza rara,
5-assim tento ouvir o canto que entoas
6-assim o lamento vai-se embora com o pranto.

7-Saberás traduzir o que te conto
8-se fizeres como fiz e quero que faças
9-se me tomares como se fosse parte tua,
7-quando te isolares e repousares em teu canto
8-quando me entoares e encontrares tua graça
9-quando se sentires e ficares completamente nua.

10-Eu não te roubarei do lar
11-Eu não te deixarei em paz
12-eu não te deixarei os pensamentos
10-porque não te quero ver chorar
11-porque te persegui assaz
12-porque estou em teus lamentos.

13-Estás a lamentar o que não perdeste,
14-mas jogaste fora por desdém
15-ou simplesmente não tivestes mãos
13-para segurar como se não merecesses
14-a felicidade de ser una com teu bem.
15-Não adianta chorar nossa perdição!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Chama virtual

1- Teu canto incomoda
2- minha inerte carne
3- e tua voz alcança
0- meu canto mais remoto,
1- meu instinto remoça,
2- meu humor se parte
3- e meu desejo avança.

1- Teu gosto incendeia
2- minha saliva que testa
3- tua pele e calor
0- teu prazer e desejo postos
1- e gosto de ver tua teia
2- armada para a festa
3- que pretendes para o amor...

1- Essa noite pode ser nossa
2- e ainda pode por muitas vezes
3- ser repetida na memória,
0- e sentida em nossos corpos
1- mas se o dia trouxer a fossa
2- é só tirar tua vestes
3- e repetir nossa história.

1- Não me encantes pensando
2- que ouço, sou surdo quase sempre,
3- mas sou atento a tudo de ti
0- que careça sofregamente de algo meu.
1- não te deixarei esperando.
2- Este desejo que te vê na mente,
3- tateia-te na certeza de estares aqui!

1- Como podes desvirtuar
2- quem sequer clama virtude?
3- Roga o carinho de tua voz
0- e a doçura do teu toque
1- nas penumbras imaginar
2- corpos na inquietude
3- apertando-se em vituais nós!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dispenso-te

Pega teu amor e toda tua disfarçatez
Assuma tua dor e viaja agora.
Veja se tua vida repleta de acidez
esquece da minha e vai embora.

Ela que vá embora com tua carcaça
Com tua boca imunda e grave
que se não se amolda, não se disfarça
em flores, mas em arbustos e entraves.


Esgueira-te e deixa-me só
Prefiro minha vida incerta
do que te ver revirando meu pó.


Como se tudo que eu fosse
pudesse estar nas linhas retas
e na ausência de tosse.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

TEU RESUMO

Ferros e couros na pele clara
pressionados por dedos flácidos,
movidos por braços fortes
e troncos hercúleos e tesos.


Superam tua força que chora
e trabalham tua matriz sem parar
nem permitem que vivas agora,
dela a glória feliz de dançar.


Tua força que se esvai
dia a dia como se morresse
no crepúsculo do dia que cai
e com a manhã não florecesse.


É preciso que te esqueças
do pecado e dos compromissos
como notívago que permaneças
e não durmas o sono dos omissos.


Porque não podes olvidar
Se tens de sonhar
que sonhes ao andar
Assim há de conquistar.


E nada de morte com o rei
nem com a lua se levar
porque não te salvarei
se teu plano não alçar.


Ceda o couro e roa o ferro!
Mostra teus dentes fortes
e o fogo de tua alma sem erro,
mostra que mudaste tua sorte!


Teus olhos sejam impiedosos
E aos maliciosos, mostra teu ventre
tua carne exposta aos desejosos
deixe-a sentir e siga em frente.


Tuas mãos são ágeis o bastante
para segurar, separar e mover
enquanto tua alma escolhe o montante
que podes levar sem morrer.


Porque pensar em morte é não crer
que tua vida é um presente perfeito.
Porque pensar na morte é temer
que a vida é um pesadelo desfeito.


Incomodam teu sono e a flacidez?
Então suba à tua cela e encerre
tua vida imprecisa e descortez
Sele antes que a porta emperre.


Escolha de que lado será trancado.
Se queres dentro da vida, não te canses
do lado da morte, já estás avançado.
Tuas escolhas, foram feitas antes.


Incomodam teu sono e a flacidez?
Porque teus ouvidos rijos
já não escutam e teus olhos vermelhos
pestanejam o azar de tua sonsidez.


De passar desde a infância
A desdenhar da verdade
e disfarçar solidariedade
e requisitar inocência.


Sabias que a vida avança
Devias saber desde o início
Que nesse mundo, a esperança
Não te quer entre vícios.


E o pecado que te fere como lança
existe em tua alma agora inerte
quando enfim, percebes na morte
que não podias ter nascido criança.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Valora-me

É o teu valor e o meu,
Ouvir e ser ouvido
no instante e exato segundo
o que no outro aconteceu,
momento de querer e ser querido
mais que qualquer outro no mundo.


É o teu valor e o meu.
Queixares que se perdes
sem ao menos chance ter se permitido
será jogar teus sentimentos em breu
e em esquisito dilema que se sucede

quando já não sabes o que é sentido.

É o teu valor e o meu.
Fazer deste amor, carnavais.
Tanto festa, quanto carne, quanto paz
e perder-se assim como quem se perdeu
Os desejos que não se preservam mais
e há muito deixaram de ser plurais
.

Nada mais tenho de ti
E tu que tens de mim?
Queres ainda o sonho antigo,
mas posso dizer-te que aprendi
se não sonho com teus lábios carmim
minha paz ainda é tua, eu te digo.

Minha pressa

Tenha pressa.
Toca tua música.
corre tua mão destra.
canta!

Tenha zelo.
Pinta uma tela.
Afia teu pelo.
Encanta!

Quando cantares,
quando pintares,
Faça-os com esmero profundo.

Porque poderá ser a última vez.
Logo já não vejo, nem ouço.
Já sou cego e surdo nesse mundo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Direção

Tua queixa me comove
e me faz pensar,
mas o desejo que me move
continua a me lançar.

Lança como arco tesado
depois solto na certeza
de alvo indefeso imobilizado
a abater por sua seta.

Queixas e removes
minhas chances de defesa
quando em teus beijos me envolves.

Rendo-me assim à tua realidade
e entrego meus esmos devaneios
em refúgio certo entre teus seios!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Meu medo.


Tenho medo da escuridão.
Não sei pisar onde não vejo
Nem aceitar o que não desejo.
Custa-me cair em tentação!

Tenho medo da paixão.
Não sei medir minhas causas
nem deixar minhas mágoas
ao leu de minha decisão.

Tenho medo da solidão.
Não aceito as distâncias.
Espaços entre as instâncias
preencho com  devassidão!

Meu medo é atemporal
perdido no relógio digital
do tempo do meu pulso
que já não orna, nem me insulta.

Meu medo é meu mal.
Se quero e não vou,
não sei avançar o sinal
nem sair de onde estou.

Meu medo é animal
E devora meu tempo
e minha força se faz banal.
Sequer grito meu lamento.

Meu medo é meu bem.
Apego-me e ele me justifica.
Somos par, o que nos identifica
e posso dizer que sou alguém.

Meu medo é de ninguém.
Nem meu, nem dele, nem do mundo.
Ele é apenas um ser profundo
que se move dentro de seu quem.

Meu medo está torto
De viés e enviezado.
só não fica parado
nem atracado em porto.

Meu medo está morto,
mas zumbizea nas praças,
nas matrizes e hortos
da juventude e suas graças!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dono da verdade.




A verdade não deve ser possuída
Deve ser antes explorada e devassada
Como uma amante sempre escondida,
entretanto muito mais amada e idolatrada.

Devemos ter prazer em tocá-la.
Aqueles que conseguirem, devaneçam-se
e encham sua boca de mácula,
de gozo, suas entranhas. Entorpeçam-se.

Ela é assim: Boa para uns momentos,
mas vivê-la eternamente
Não se faz sem muitos sofrimentos.

Assim não a queiram desposá-la.
Eis que a verdade é cruel
e ninguém conseguiria suportá-la.

domingo, 27 de março de 2011

Último fôlego.

O último fôlego suspirou todo meu desejo
e queimou tuas entranhas como vulcão
o tremor, mais que terremoto, despejo.
Despejo de toda minha emoção.


E se te procuro invadir mais uma vez
é que me sinto deserto, cáustico e ermo
como se tua pele em toda maciez
pudesse deixar de fazer-me enfermo.

Sou como tu és para mim, diferente
mas tão querido e desejado
que nenhum outro adjetivo cabe: Ardente!

E queima-me quando explodes
Queimo-te quando afago-te
em prazer recato que me acolhes.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Antes do não.

Foi o bastante seu sorriso
para que me brilhasse o dia.
Senti-me como no paraíso
e meu corpo era pura euforia!


Antes mesmo de tocar sua pele,
sentia sua leveza e maciez
na busca de palavra que sele
este momento de tamanha embriaguez!


Entorpecido os sentidos
na ansiosa espera do prêmio
há tanto desejado e perseguido


Antes do beijo em seus doces lábios,
a leve língua e seus dentes em comunhão

lançaram e fincaram-me a cruel sílaba: Não!

Deleite etéreo.


Quem fala que o tormento é necessário
para desfrutar do sentimento incendiário
que acomete os vencedores e os conquistadores
de suas provas e desejados amores?


Quem se lamenta ante a primeira dificuldade
e não busca encontrar os segundos de felicidade
rebuscados nos sonhos, fantasias e imaginações
não foi cunhado para a vida de contemplações!


Se não desfruta da carne na alcova material
Não se pode se abater, desistir e não sonhar.
Não se pode jurar peca o doce frugal!


Assim, desdenhar de cada impreciso não
é necessário e vital para lambuzar-se
nos lençois etéreos de seu doce pomar!

segunda-feira, 14 de março de 2011

O que sei de mim.

Para quem quiser saber
Digo que não me sinto solto.
Longe de livre ou perdido ser
Mesmo que etéreo, tênue e leve
sinto-me tão preso quanto louco.
E se louco posso dizer, feliz?

Porque se acontece de me prender,
é que já nasci morto de desejo.
Longe de não sonhar ou enlouquecer
na busca incessante do que
não vejo
ainda que isto nunca me leve
além de um palmo à frente do meu nariz.

Então não me interroguem
então não me questionem
Não sei nem de mim
como saberia do que sou?
Como saberia do porvir?
Basta-me estar aqui.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Intantes de amor.

Lapsos de luz  resvalam
na minha mente clara e inquieta,
de pronto me seduz num estalo
tua visão quente, rara e reta!

Tua luz sem cor e sem textura
define e prende meu olhar,
pelo calor de imagem pura
que imprime todo meu penar.

Se sim e se não será fatal
o desdém de tua atenção de mim.
Meu circo tem seu final.

Se tenho ou não, na trama um papel
de fato faço-te rir e sonhar.
A mim o que fazes, além de te amar?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A forma do amor.

A pura forma não se conforma,
mas não se deforma e quando torna,
volta como sempre estivera
volta como se nunca se perdera.


Como se não perdesse um minuto
da vida, da sorte ou do trunfo.
Como se não se perde um segundo
do suspiro mais forte e profundo


Retorna e se reconhece no lar
como se este nem lhe fora outro
tampouco fosse um mero par.

Um mero par que se pudesse separar,
é muito mais, uma parte desgarrada
que volta pro seio completar!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Em chamas!

Tato, tatu taturana
O teu toque não me acende,
explora-me e  chama-me
para formigar teu pêlo quente.

Explode-se em querer viver
e morrer desvalida , vã e vaga
em deguste de sórdida vida.
Rica, cálida e torpe em prazer.

Suplicas por deixar-te descansar
de tua fome, forte e fugaz.
És brasa sob cinzas a queimar!

És de querer que te consuma
até que te rasgue e te gaste
e nada teu tenha a possuir!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Devora-me

Tu tendes a ter-me como escravo
quando se delicias e desnudas
em pele o delicado doce mascavo
e desdenhosa permaneces muda.

Eu te tenho enquanto te livras
de mim e desvaneces teu corpo nu
em luz tênue e tuas garras crivas
em minha carne sem o menor tabu.


Entre tuas coxas, meu deleite,
e meu esgotamento em gotejar.
Pareces meu renascer, forçar.

Deixa-me provar teu sangue
enquanto o meu se esvai
sêca, tu anseias por mais.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CONFUNDES



O que me confunde, nada tem a ver
com minha anatomia ou com a tua.
Tem com a forma de teu querer
que me deixa a cabeça nua!

Essa nudez em meu pensar,
em meus sentidos disformes,
desperta meu estranhar
e tua inocência dorme.

Tem em si, a sorte
de ser apenas vaga lembrança
e não fomentada dor forte!

Porque se me confundes
como quem se dá ou se perdeu
Apenas recebo-te e sou teu!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Conjugares.



Só de te olhar
Sei o que a gente pode ser
nesse instante que pareço existir
apenas para me expor.


Você, apenas para me fascinar,
mostra que posso me entorpecer
mesmo antes de seu gosto sentir
e faz seu olhar me transpor.


Nestes versos posso subjetivar 
 o
verbo de meu entorpecer
que parece nem notar meu existir!

Mas a certeza de teu notar
transforma o fascínio em querer
e o querer em demasiado possuir!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Festa divina.

Festeja aos deuses porque das nereidas
Afastei-me da sedução que sofria.
E não sem motivos por teu amor busquei
ser contemplado, pois és minha eleita!

Tal Heitor em viagem busquei teu norte
para o meu regresso na tua alma
e não sem motivos retornarei a ti
tendo em teu seio minha melhor sorte!

Minha nau vega em mares mui escuros
mas eu não temo os males de netuno
porque aguarda-me em leito seguro.

Em meu peito já se alegra o fogo
que acende minhas esperanças viris
de em ti, encontrar-me são e salvo.

Sonha-me.


Há muito que te peço, declara-te!
Tu agora me sacias o desejo,
mas falta-me dizer da intensidade
que tu és minha mulher em poesia.

Diga-me se como tatuagem fria
gruda-te acomodada em minha pele
ou como veloz colibri que me suga
o mel à uma distância fugidia?

Eis que ainda, quero-te sempre amar!
Podes certamente saber que levo-te
agora para meus sonhos explorar!


Não me deixes sozinho e apareça
Pois que agora espero-te certo
que tu aparecerás a me dominar!  

Enlouqueço?

Se estás em minhas mãos então que sou?
Cego que não te vejo no momento
ou insensível que não te percebo aqui?
De certo digo-te que louco, não estou.

Procuras fazer com isso o quê, então?
Lançar teus mistérios para seduzir-me
ou simplesmente distrair meu coração?
Aquieta ou cata-me para sempre!


Teus ouvidos me ouvem tão distante
e teu corpo me sente quando o toco?
Dize-me senão, não sonharei mais!

Louco destino esse de amante,
Viver intensamente tudo de vez
E perder-se para sempre sem ter paz! 

Teus desejos, meus sonhos.


Tu me queres quedado por tua alma
onde te quedas sem quebrar pela noite.
Se me entrego a teus desejos vãos
esqueço-me dos meus sonhos tão pagãos.

Escuto-te com minha alma perdida
em busca da palavra que te seduza.
Saio a busca do marco que me indique
de um verdadeiro tom que te traduza.

Mas pra que te traduzir à tal alma pagã
que se perdeu entre teus desejos vãos
E sequer sabe se suportará tê-los.

Submete-me a realizar teu ser!
Enlouqueço com os meus sonhos pagãos
para encontrar-te em delírios vãos. 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reconhece-te minha!

Sofrem os amantes de simbiose?
Será que os sentimentos compartilham?
Será que doendo em um no outro doi?
O Prazer que um sente, ambos desfrutam?

As dúvidas que não são minhas, decerto
não serão tuas se amantes nós somos.
Pois o prazer que sinto e não minto
Hás de compartilhar de alma e corpo.

Não te quedes a perder-me mesmo hoje
que te deixo para dormir o meu sono
que a partir de agora é teu também.

E se mais não fico, desejo mais ainda.
E sei que sabes de mim tudo que digo
Pois és minha alma e de mais ninguém!

Tatuagem és tu!


Esqueces que a tatuagem da pele
que hoje repousa tranquila e fria
arde e queima antes que se revele
o que a mente grava em fantasia?

Esqueces que a tatuagem na alma
hoje repousando linda e sedutora,
é ilusão frívola de mente vã que vaga
e repousa na pele acolhedora?

hás de esquecer decerto, minha cara?
Não, não és alma que esquece, de fato
És quem lembra de tudo em teu recato!

Então qual a dúvida em teu coração?
Deves saber que és tatuagem fria
Cravada perene em minha emoção!

Felicidade sóbria?

Não me importam os corações toscos
que se entregam às convenções rotas,
porque, presos em verdades inúteis,
escondem suas mazelas como trofeus.

Só me importam os corações loucos
que se despedaçam à ilusões tolas,
porque, soltos em verdades brutas,
revelam sua felicidade absurda!

Porque o absurdo instante explode
na cara dos infelizes corações
que perpassam tensamente pela vida!

Porque o furtivo instante premia
na mente insana dos loucos corações
que marcam a vida em tatuagem fria!

sábado, 16 de outubro de 2010

Razão, fé e instinto

O amor enquanto sentimento
seria razão, fé ou instinto?
Perguntam-me meus pensamentos
e aos meus pensares, minto!

Empresto à razão
todo meu lúdico querer
À fé cedo toda minha paixão
E aos instintos, meu prazer!

Colho-te assim,
como quem passeia
Distraído a puxar-te das folhas.

Colho-te assim,
mas quando te aspiro
cuido para que outro não te colhas!

Vendavais

Em vendavais lençois se vão
E se perdem no tempo
e o corpo nu então,
o que busca no momento?

A alma nem se contenta
O que sente queima a pele
E teima em escapar em contenda
Um ato que esse amor sele.


A cela firme  no lombo
do veloz galopar
desmonta-se ao chegar

Aquele momento esperado
Traçado em gosto
desejo aberto e declarado!

Sonhos e cálculos.

O sóbrio sonha?
Não sei.
O louco calcula?
Talvez.

Se amam, calcula-se?
Sonha-se, senão?
Um pouco ou muito,
Talvez.

Sonho além do louco
Calculo além do ébrio
Neste instante o desejo lépido.

Onde, quando, como e quanto?
Para que vos preocupareis?
Buscai amar!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Conjugação

Amanhã serei escravo de tudo que seja teu
Farei todos teus desejos, porque serão meus
Amanhã serás a dona do meu corpo escandoloso
Farás com ele uma extensão de teu glorioso.

Amanhã será teu dia de sonhar teus sonhos
Fará de ti deusa única contra demônios
Amanhã seremos um apenas em corpo e na alma
Faremos juntos o que gostamos, com calma.

Amanhã sereis todos escravizados
Fareis altares para estes seres
Que vos tem outrora escandalizado!

Amanhã serão todos realizados
Farão desse sentimento sua vida
E esse amor enfim eternizado.

Minhas fantasias.

São irrealizáveis


São impronunciáveis


São insustentáveis


São imagináveis.






Portanto são virtuais


São ideais


São potenciais


São surreais.






Mas tenho em mim que assim


As terei no controle


Enquanto ninguém as souber






Tenho a certeza absoluta


Que se alguém as descobrir


Chamará a minha'lma: puta!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ouves vozes

És a louca do pedaço
Tens os sapatos de veludo
vestindo pés de aço
que sobem em meu mundo

E calada calas a boca
de todos a volta
quando gritas rouca
e te revoltas...

És a louca em frangalhos
És feliz em desacato
a este mundo falho

Estes burocratas quadrados
que só ouvem suas vozes
Enquanto sorris de teus algozes!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ânsia

Como estarão teus olhos quando me revirem?
Quando virão teus lábios a me sequestrar?
As perguntas assaltam minha atenção que te entrego.
Os desejos se prendem à tuas formas que espero...


Onde estão teus lábios para meus olhos?
Onde estão tuas mãos para minha felicidade?
As perguntas: por que se acumulam insatisfeitas?
Os claudicantes ponteiros: por quê dessa lentidão?


Onde estás agora?
O futuro se arvora?
É seco esse inverno?

Qual é tua rota?
Onde Conservas tua alma?
Vem sem demora.

sábado, 29 de maio de 2010

Madrugadas.

Decantar e sorver teu doce prazer
em poucas horas madrugadas
é tão pouco ante o muito querer
dessa nossa louca escalada!


As horas restantes nos oprimem
A desejá-las mais longas
E os minutos que escorrem
entre beijos de pouca monta!

Ah, quanto parece que não te tenho!
Quanto mais te quero, te afastas
Mas quando me pareces perto, és recata!

Ah! É certo que te desejo!
E nesse teu sobejo, se faltas a mim,
sobras em sonhos que me assaltam!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Eu preciso

Preciso saber que gosto tem
tê-la em meus braço e te amar também!
Preciso me aventurar a te amar com zelo
sem desdém tocar-te em pelo



Preciso de algo que não sei
e sei que preciso de tudo
que vier de teu corpo desnudo
Mas ainda sonho quando a terei.



E quando esse momento chegar
Há de ser o momento certo
De tê-la em meus braços, num aperto.




E esse momento, há de ser nosso
De ser de posse e de amor
em infinito êxtase colosso.

domingo, 2 de maio de 2010

Lamento

Estou pensando se a conheci de verdade.
Mas reluto com meu presente
e penso se você aí do outro lado, sente
Ou ressente o que lhe tenha deixado saudade.

Espero um sinal, um bem até mesmo um mal
que me diga o que fazer ou não fazer.
Sinto como se estivesse em perdida nau
Em busca de terra firme para descer...

Onde anda meu pensamento
Meu coração não ancora
nem descansa nas tormentas

Onde perderam-se meus sentimentos
Meu desespero se arvora
e meu presente lamenta-te!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Timidez.

Eu gosto de tua timidez até certo ponto
e esse ponto, se insistires em saber,
preciso de qualquer forma dizer
que pela minha timidez, não conto!

Quero preservar teus rubores
que esquentam tua pele
que desejo sentir e, assim sele
toda sorte de meus amores

Insistes em saber a que ponto
gosto de tua timidez?
Não reclames de que sou tonto

Porque tua timidez é o desejo
que mora em meu peito
e escondo o turpor de um beijo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

PROFANO

Tenho deixado em teu corpo

Mais do que minhas digitais

Minhas mandíbulas marcam

Todos os meus sonhos carnais



Tenho cometido tantos pecados

Que até desisti de teu perdão

Prefiro continuar nesta desgraça

Divina por tua atenção.



Por teu tesão irrefreado

Prefiro e decido

Continuar condenado



Prenda-me com algemas

Joga-me em caldeirão:

Permita-me morrer em teu coração!

Morte

A intensidade da luz

Não se mede pelo sabor

Porque só à boca se permite

Sentir o alcaçuz.



Não é permitido ao corpo

Suspenso no ar

Quando absorto tenho de cerrar

As pálpebras para escuridão.



Não é permitido a meus olhos

Censurar os vermes

Que se deleitam do que restou



Não é permitido à minha mente

Livrar-se da dor que sinto

Quando cada parte de mim se vai.

Pouco.

Eu precisei cuspir tua história

Para engolir tua ausência da minha vida

Precisei querer fugir do mundo

Para te encontrar na despedida.



E mesmo assim ainda te espero ali

Ainda sinto que estou na fila

Ainda cochilo sem descansar

Ainda sonho sem dormir...



O necessário é pouco,

O querer é demais:

Para que se assombrar?



Pouco é viver

Sobreviver é tudo:

Para que desesperar?

Não sou porto.

Sei que poderias atracar em qualquer ponto

E mais que seguro, este porto seria teu,

Entretanto se esperas um tanto de mim

Eu diria sim, este porto não sou eu.



Não sou porto para tua nau sem âncora

E para que queres ter?

Sou teu mar, tuas águas para passeares

E, assim poderes viver!



Sou tuas águas desconhecidas,

Sou tua vontade de explorar

Para que um cais em tua vida?



Sou Tua gana, teu deleite,

Tua vela, teu azeite

Teu braço forte a remar!

Nosso dia

Você não sabe, mas um dia tudo irá acontecer,

nesse dia seu pensamento sofrerá uma revolução

talvez até você se revolte e evolua...



A vida para você nesse dia será bem diferente

Será uma nova luz, será um novo breu

você ficará em movimento, sempre...



Nesse dias as coisas serão o deveriam ser

a muito tempo e há muito tempo que você queria

mas nada te dizia que poderiam ser.



Nesse dia, será a sua vez de ser

Esse dia será seu e tudo o mais que você

tem certeza de que deve ser seu.



Você me chamará e eu estarei lá

esperando para te entregar o que você sempre esperou

e tudo aquilo que esperei te dar...



Esse dia será o nosso dia!